O homem e o tempo
O
homem e o tempo
A rigor, não há um só
momento em que o homem esteja livre das preocupações ou das limitações que o
tempo lhe impõe. Isso, não só quando dá corda no relógio ou quando olha uma
folhinha sobre a mesa.
O passar do tempo está em
toda parte, mostrando-se, fazendo-se sentir no amadurecimento dos frutos, na
ida e vinda do calor e do frio, da chuva e da seca, no subir e descer das
marés, na infância que se torna juventude e na memória que vacila, nos retratos
amarelecidos, nos sonhos esquecidos, no vinho que amadurece e na canção que se
perde à distância!
O homem passou toda sua
história criando sistemas, construindo aparelhos, conferindo dados, apelando
para os astros no esforço de conhecer, controlar e se possível... prender este
que é, ao mesmo tempo, seu aliado e inimigo, auxiliar e carrasco – o tempo!
Enquanto houver homem e
houver tempo, haverá luta entre eles.
(Donato, Hernâni – História do calendário, Vol. 27, da
Série Prisma, Edições Melhoramentos/Ed. Universidade de São Paulo, 1978, SP).
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